Em meio ao silêncio de um dos lugares mais secos do planeta, o improvável se revela: milhares de tufos dourados brotam do solo como se fossem plumas cravadas por mãos invisíveis. A paisagem é tão surreal que, por um instante, parece que deixamos a Terra. No Atacama, o estranho torna-se comum. E o inacreditável, cotidiano.
O Atacama não fala — ele revela.
Com dunas imensas, rochas partidas pelo tempo e horizontes que parecem infinitos,
cada passo é um lembrete do quanto somos pequenos...
...e ainda assim, absolutamente vastos por dentro.
A luz reflete nas salinas como se o céu se espalhasse no chão,
e a ausência de ruído vira um espelho onde escutamos a própria alma.
Lá, a solitude não é solidão.
É plenitude.
É como se o universo se ajoelhasse em rocha e poeira
só pra dizer:
“você é parte disso tudo — e isso tudo também é parte de você.”